janeiro 26, 2001

1.Marketing Hacker - o artigo por trás da e-zine

Marketing Hacker é um conceito. Não é apenas brincadeira. É um trabalho sério, que venho perseguindo há muito tempo, mas só neste momento tive a ousadia de apresentar.

Nos meus artigos "Exterminador de Paradigmas" e "Eu quero ser Hacker" (www.widebiz.com.br/gente/hernani/) comecei a expor esta idéia. Criando um paralelo entre o mundo Hacker e o mundo dos negócios, mostrando que na era do conhecimento alguns valores se sobrepõe a simples busca pelo dinheiro. O Marketing Hacker corrobora com todas estas expectativas culturais, bem como, apresenta soluções alternativas para vencer nos mercados utilizando as piores práticas. O humor aparece como uma ferramenta de marketing super poderosa.

Acredito que todos nós, na Internet, somos amadores. Não que deixamos o nosso profissionalismo de lado. Somos amadores porque amamos o que fazemos. E como diz Pierre Lèvy, o amor é o veiculo de transformação da sociedade. E segundo Christopher Locke: " Na era dos mercados interligados, o amor do amador e o deleite do diletante representam uma critica à nova dimensão da realidade econômica, e à dinâmica poderosa dos novos mercados. As pessoas comuns que estão online, entre elas eu me incluo, não tem amor pelo comércio, e pelos seus complicados e maliciosos esquemas de marketing"

O Marketing Hacker atua rompendo as barreiras da imaginação, e buscando formas alternativas para suprir os mercados com energia. A tendência das pessoas é não se importar com as coisas que a afligem. Afastam- se que nem o diabo da cruz, e voltam a conversar mecanicamente sobre assuntos irrelevantes.

Mas o que é relevante?. Numa discussão sadia sobre negócios deveríamos utilizar todas as nossas forças debatendo sobre como se faz um plano de negócios de sucesso? Isto é apenas técnica. Não podemos deixar que esqueminhas automáticos tomem espaço nos nossos cérebros, e sejamos consumidos pelo que devíamos abolir. Falar sobre negócios implica considerar a filosofia utilizada, e debater, profundamente, as divergências. Os Hackers jamais aceitariam dividir o desenvolvimento de um software com alguém que, por mais brilhante que fosse, tivesse opiniões contrárias em termos de ética, ideologia e bom senso. A ação e a reação fazem parte da mesma moeda. O amor pela camisa fala mais alto. Afinal, estamos jogando no mesmo time.

Pois é, temos que escancarar. Abrir os nossos corações para falar o que sentimos. Os negócios funcionam por que há vida nos mercados, e não pelos ajustes matematicamente perfeitos de um plano de negócios, ou por um planejamento estratégico bem efetuado. Temos que conhecer o que os mercados pensam, e com o que eles deveriam se importar, pois muitas pessoas ainda não encaram os mercados como uma esponja permeável, que assimila rapidamente todo o bem e todo o mal. O vírus da ética está semeado na rede, e não adianta tapar o monitor com uma peneira. O Ibest tem feito isto, e os resultados desta peneirada já circulam nas listas, na mídia digital, e na cabeça de todos envolvidos. Trabalhar da forma correta é muito mais barato, faz- se uma vez e pronto.

Além do amor como agente de transformação, e a ética como catalisador do bom senso, acredito que a reputação tem um valor fundamental nas técnicas de Marketing Hacker. O que é reputação? Nossas idéias, pensamentos, atos, profissionalismo, amadorismo devem ser coerentes com a verdade que publicamente transmitimos. Sendo correto com os teus objetivos, nem você, e nem a tua empresa vão passar vergonha. Pelo contrario, vão se capitalizar dos valores que defendem, e fazer disto a tua identidade. Cantar musicas revolucionárias, e vestir o uniforme da SS não combina, não tem coerência, e quando alguém perceber o que você anda aprontando, é melhor aceitar as críticas, e fazer uma analise profunda deste desvio. Pessoas legais, capazes, e com muita qualidade erram, mas devem ser humildes para corrigir a rota.

Não entendo por quê os profissionais amadores que circulam nas listas e debatem sobre negócios não gostam de conversar sobre estes temas. Preferem utilizar os mercados como fonte de pesquisa superficial, e alvo dos seus próprios negócios. As coisas não devem correr para este lado.

Faz sentido na era do conhecimento a aproximação da tecnologia com a filosofia. Tudo é muito novo. Estamos retomando a voz, e muitas vezes não sabemos o que fazer com ela. No entanto, seguir a risca que negócios devam ter cara de negócios, e através da gravata digital, apresentar um ar de seriedade, não está entre os meus objetivos virtuais. Deixemos de bater papo na Catedral, para usufruir da bagunça do Bazar.

Tenho feito tudo as avessas, e percebido que podemos crescer profissionalmente falando com a voz do coração. A informalidade, o debate amplo e irrestrito, a troca de farpas saudáveis, e aceitar que os equivocos fazem parte do novo mundo fazem parte do cotidiano da Internet. Para quem ainda não aprendeu esta lição, é melhor começar a estudar o ponto.

O Marketing Hacker não tem um esquema de ferramentas para lidar com toda esta carga de informação. Nosso relacionamento é com os mercados, e como sugere Regis McKenna: "As abordagens voltadas para o mercado envolvem o diáogo entre a empresa e o cliente, e entre a empresa e o mercado. produtos, serviços e abordagens ao mercado são alterados, modificados, mudados, e, frequentemente, criados por estes diálogos"

Uso sempre a expressão " escovar mercados". Os Hackers escovam os chips, quebrando a cuca para descobrir rotinas inovadoras e desbravar a selva de silício. Nossos mercados devem ser escovados, e a conversação é a única maneira de romper os muros da velha economia. Ao invés de deixar de se importar com as regras dos mercados, incrementamos o diálogo para recriar. No entanto, a anarquia, no bom sentido, só é viável quando as regras viram fumaça, e o amor e o respeito mútuo passem a ser a verdade no relacionamento entre os indivíduos. Pode ser uma visão otimista demais, posso ser acusado de estar escorregando na maionese, e mirando para um futuro muito distante. Talvez impossivel. Não é verdade, olhe para os lados. Pare, pense, e analise as tendêcias. O futuro já está batendo no nosso nariz, e é só teclar corretamente para alcançar. Deixe o Marketing Hacker falar!


2. Vozes da Internet

V I - Eu também quero
Comentário da MH - " Eu também, se todo mundo quer esta informação,
é porque deve ser muito importante. Não vou ler nunca, mas isto não
importa. É chiquérrimo pedir.

V I- O que observamos na maioria das pequenas e médias empresas
brasileiras é que seus líderes não estão acostumados a planejar
estrategicamente e muito menos possuem conhecimentos gerenciais
para fazê-lo.
Comentário da MH - Para que planejar tanto se as regras do jogo
mudam a toda hora. Alias, qual é o jogo que estamos assistindo. Será que alguém sabe quais são os seus mercados"

V I- Sou estudante de jornalismo e tenho uma grande curiosidade
Comentário da MH - O que tem curiosidade a ver com jornalismo? Será que todo jornalista não deveria nascer curioso? Ou será pura redundância

3. Enquete

Nosso cliente Sr. Hernani Dimantas pergunta à massa de leitores - O que vocês acharam da primeira edição da Marketing Hacker? Hernani pede sinceridade dos entrevistados, pois esta resposta será muito significativa para o planejamento estratégico da sua empresa.

a. Fantástica.
b. Genial
c. Duca!
d. Todas as anteriores

4.Por dentro

Plastic www.plastic.com é um novo modelo de site de notícias. Alguma coisa entre a anarquia e hierarquia. Conta com a colaboração de leitores e editores considerados "os melhores" da Web. É um site que sugere a discussão das mais valiosas notícias, opiniões, rumores, humor e anedotas online. É o futuro de "como conquistar o cliente", e da auto organização na Web.
Leia o artigo de Steven Johnson (um dos criadores), The Swarm Next Time,
www.feedmag.com/templates/default.php3?a_id=1568


5. Por fora
Um desempate mirabolante nos últimos votos deu o prêmio " Por Fora" para o site www.estouerradomasnaoconfesso.com.br. Pela segunda vez consecutiva o segundo colocado recebeu uma votação popular significativamente maior, mas não levou.
Dizem que o prêmio "Por Fora" está comprometido com seus patrocinadores. Uma vergonha. A segundinha vem brigando fortemente para ganhar o prêmio de menor prestígio da Internet. Bola prá frente, pois quem espera sempre alcança.


6. Escovando Mercados

Depoimento de Hernani Dimantas - especial para o MH

Livraria Cultura 1 -Estive visitando o site da Livraria Cultura. Resolvi comprar o livro PRIV@CIDADE.COM, da Lori Fena e do Charles Jennings. Ambos são do conselho da TRUSTe (aquela organização do selinho de privacidade). Legal, a Livraria Cultura anuncia que entrega no mesmo dia em Sampa. Fui lá, cadastrei todos os meus dados, e na hora do *check in*, apareceu uma mensagem * Entrega em até 72 hs por Sedex *. Fui embora, reclamei, e não comprei. A resposta da Livraria Cultura foi que realmente para a entrega em Sampa seria no mesmo dia. Então , por quê não informar direito? Não comprei porque fui mal informado. É por estas (e outras) que o e- commerce brasileiro anda batendo lata. Esta tudo certinho, só esqueceram de avisar o consumidor!!!

Livraria Cultura 2 - Faz alguns meses, logo que saiu o Manifesto Cluetrain (Manifesto da Economia Digital) em português tupiniquim, escrevi uma resenha para o site da Livraria Cultura, que na ocasião informara da publicação . Estes comentários são imprescindíveis nas vendas online, pois estabelece uma relação do consumidor com outros consumidores que leram e opinaram. É uma poderosa ferramenta de marketing.
Mas ao visitar a página do livro percebi que não havia resenha nenhuma. Será que estava tão ruim? Reclamei, e pelo visto lá está de volta. Será que não vão aprender????


7.Biblioteca Binária

Earthdance - Living System in Evolution
Elisabet Sahtouris
www.earthdance.com - download
Elisabet gives us valuable insights as she draws parallels between the evolution of cells and the evolution of human society, pointing out the contrast between the healthy organization of cells, bodies, and biosystems on the one hand and the unhealthy organization of economics and politics in human society on the other. While she argues that our social evolution is not as much under our control as we like to think, she warns us that our survival depends on our meeting the evolutionary demand to transform competitive exploitation into cooperative synergy.

8. Auto Promoção Sem Vergonha

Estou disponível para consultoria para um número limitado de clientes (não gosto de trabalhar demais), sempre elocubrando idéias inovadoras de Marketing Hacker para o seu SUCESSO. Se alguém se interessar em ajudar a comprar o leitinho de cabra para as minhas crianças é só entrar em contato. Se não quiser me contratar, entre em contato também. Assim, encontrarei mais um ombro amigo para chorar lágrimas de crocodilo.
Fale, minta, implore aos seus amigos para assinar esta newsletter. Diga que é fantástica, please... Não esqueça do meu email (hernani@javali.com.br).

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uma e-zine de auto- promoção
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Newsletter 001/2001
Janeiro, 17, 2001
Editor: Hernani Dimantas (hernani@javali.com.br)
Para assinar:
marketinghacker-subscribe@topica.com
Para cancelar:
marketinghacker-unsubscribe@topica.com
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1. DESPEDIDA
O Sr. Hernani Dimantas anuncia o seu afastamento dos debates da lista widebiz.
Os motivos apontados foram as fortes pressões de alguns participantes que não
concordavam com seu posicionamento frente a atuação de empresas de Assessoria
de Imprensa num ambiente de debates. O Sr. Hernani Dimantas percebeu que através
da *versatilidade de argumentação* de seus contrários, o enfrentamento seria
desgastante. Ele comentou: "As empresas de AI vão tomar conta desta lista, e
não podendo fazer nada, então, vou me juntar a eles"

Aproveitando a deixa, leiam o artigo do nosso amigo Hernani Dimantas
Marketing Se Faz com Ética - www.widebiz.com.br/gente/hernani/mktcometica.html
O artigo é uma aula de ética, bacaninha mesmo.

2. MARKETING HACKER
O Sr. Hernani Dimantas contratou a MH para desenvolvimento de um projeto de auto
promoção. Embora o Sr. Hernani Dimantas não mais participará da widebiz, ele
repassou todas as funções para a nossa empresa. Todos os pensamentos, criticas
e colocações pertinentes de Hernani Dimantas serão divulgados pela MH.

Leiam o artigo super bacana de Hernani Dimantas -
Eu Quero Ser Hacker www.widebiz.com.br/gente/hernani/hacker.html
Não tem nada a ver com o que estamos falando, mas é uma excelente oportunidade
para divulgação. Leiam, pois está bonito, clean....eu gostei.

3. CREDIBILIDADE
A MH inicia suas atividades nesta lista com uma enquete:
Uma empresa que coleta endereços de email indiscriminadamente, envia SPAM,
invade a privacidade, e ainda por cima declara, através do seu Porta Voz, que
Privacidade não existe nos tempos de Internet, pode ser considerada uma empresa
confiável?:

a. Não
b. Também acho que não
c. Definitivamente não
d. Todas as alternativas anteriores

4. POR DENTRO
O voto quase popular elegeu o case Lawson Software Case Study, como o mais
contundente estudo sobre comunidades virtuais em 2001. - cópia poderá ser
solicitada através do email hernani@javali.com.br

5. POR FORA
Desempatado com um nariz de vantagem, este prêmio ficou para a Ibest, pela
distribuição dos prêmios para seus patrocinadores.
Segundo fontes seguras a outra empresa não recebeu o prêmio por pressão dos
patrocinadores, embora *parece* que ganharam no juri popular. Ganhou mas não
levou....

6. COMUNIDADES VIRTUAIS
Hernani Dimantas disponibiliza partes do seu último artigo Comunidades
Virtuais. Para ler o artigo completo aguarde a publicação no
www.widebiz.com.br/gente/hernani/

"Comecei a semana passada elogiando um artigo do Carlos Nepomuceno.
Entrei em contato em PVT, pois um elogio descarado deve ser individual. Nunca
havia trocado email com o Nepo, e foi uma enorme satisfação entender a
clarividência deste colunista. Começamos a desenvolver um projeto de estudo
sobre Comunidades Virtuais. Juntamos algumas pessoas interessadas neste tema, e
iniciamos através da leitura do Catedral e o Bazar, de Eric Raymond. Este livro
que pode ser conseguido através de download em www.tuxedo.org/~esr/writings,
inclusive com versão em português. "

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"O importante é estabelecer as regras de funcionamento. Uma comunidade não
vive sem contrato, alias, a sociedade do ponto de vista sociológico não passa
de um acordo, formal e informal, entre os indivíduos. Extrapolar regras é
sinônimo de mal comportamento. Nos tempos de Internet os limites ficaram muito
mais tênues, devido a recuperação da voz própria. Assim, site abusados que
estabelecem uma relação duvidosa com os seus clientes passaram a ser objeto da
discórdia. A sociedade virtual, que está se organizando através de comunidades,
tende a valorizar elementos éticos para um convívio natural. "

.......................................

"Mas como a comunidade virtual pode ajudar o mundo dos negócios?
Afortunadamente, não será pela utilização comercial desta base de dados. As
listas e os fóruns de debates não são locais para divulgação de pessoas e
serviços. A assinatura pessoal, no entanto, não é caracterizada como divulgação
ou propaganda. O objetivo é a conversação para trocar conhecimentos, e
enriquecer a comunidade como um todo. Atividades comerciais devem ser banidas,
a não ser que estiveram especificadas no contrato de uma comunidade."

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"Os profissionais de marketing tem que encarar este desafio. Os velhos
conceitos de abordagem de marketing não são coerentes com esta nova realidade.
Estamos abordando um mercado transformista que nos obriga a enxergar as novas
regras do jogo. Se a reputação, e a própria voz são mais importantes do que a
remuneração dentro destas comunidades, acredito que o profissional deva ser
reconhecido neste meio ambiente através de suas opiniões, comentários, idéias e
links. Utilizar ferramentas de marketing para aumentar a visibilidade são
estratégias equivocadas. Para atender estas demandas pode- se utilizar sites,
artigos, e outros métodos não invasivos."

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"Creio no dever do profissional de marketing de atuar ativamente nestes
mercados, pois da mesma maneira que denuncio SPAM, e cobro das empresas
envolvidas, sinto me obrigado a cobrar responsabilidade das empresas que navegam
equivocadamente. Estamos sempre fazendo referência que na Internet o fator
consumidor passou a ter um peso diferenciado. O consumidor largou o seu papel
passivo, e atingiu a plenitude. Não podemos confundir comunidades virtuais com
grupo de amigos. O conceito é diferente. Temos que ser diretos, pois a
disseminação de idéias não acontece democraticamente, e como disse Esther
Dyson: "Nós estamos mais interessados em arregimentar partidários pela
persuasão e iluminação, do que meramente representar a opinião existente" .


Marketing Hacker
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Prometo que vou melhorar!!!